Ela brinda a vida
erguendo uma taça de ilusão sem gelo e fala de sexo como se fizesse sexo todos
os dias. Um dia, Caetano a chamou de menina deusa urbana e depois admitiu baixinho que
não tinha medo de se apaixonar por ela. O que ela quer é sair fodida das
paixões. Quer abrir as pernas de tanta paixão, quer viver de paixão. Quer
respirar o inferno. Quer meter a cara nos escombros, destruir os cenários dessa
vida medíocre e gritar os orgasmos que sente toda noite sozinha no quarto. Todas
as noites ela brinda a vida e ergue uma taça de solidão, fala de sexo com
Caetano, deita com as paixões e acorda com as ilusões que brindou na noite
anterior. Hoje, ela fumou um cigarro na janela do quarto dela para sair da
rotina e não gostou do gosto. Preferia o gosto dos paus duros que chupa quando
não grita de gozo sozinha no quarto. Ela não se culpa por beber quatro ou cinco
cervejas para brindar o amor que não chega. Ela não gosta do amor. Ela não se
arrepende de ouvir Caetano todas as noites dizendo que não se arrepende. Ela
também não se arrepende, Caetano. Ela respira por sexo, pernas tremendo, boceta
molhada, beijo na boca, língua no corpo e sai farejando na rua feito cachorro, com
a maquiagem escorrendo e uma garrafa na mão. Rebola pela cidade gritando um
ódio pela paixão estampada na cara, enquanto tira a roupa toda. Ela quer viver fodida
de paixão. Vestir vermelho, pintar as unhas, prender os cabelos, levantar os
peitos e foder. Fica nua. Fica bêbada. Fica cheia de paixão no corpo e o corpo
querendo sexo. Só sexo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário