bolo algo para dizer a você
mas embolo todas as palavras
no céu da minha boca
travo os dentes
o freio da língua silencia
as letras que formam
o tudo
e tudo, hoje, parece
o nada
e esse nada desce ferindo
minha garganta seca
como a fumaça do cigarro
que fumo para estar só.
eu queria te dar o vento
que passarinha dentro de mim
ou deixar transbordar
esse rio de poesias em você
mas coloquei tapumes na margem
e estou só. no meio.
ao meio permaneço dando braçadas
nessas águas.
encho o peito de ar
prendo o fôlego me afogo
me perco entre o movimento
que o vento faz. estou em pedaços.
mas eu também volto.
volto
e já não sei se sou Ana ou Mariana
só sou uma quando sou a outra.
me desculpe
mas ainda não sei escrever sobre
alguém que não seja nós.
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