no hiato de quando somos.
nas palavras que voam da boca.
em línguas desconhecidas.
no incompreensível da vida.
onde nada se alcança.
onde a gente tudo entende.
bolo algo para dizer a você
mas embolo todas as palavras
no céu da minha boca
travo os dentes
o freio da língua silencia
as letras que formam
o tudo
e tudo, hoje, parece
o nada
e esse nada desce ferindo
minha garganta seca
como a fumaça do cigarro
que fumo para estar só.
eu queria te dar o vento
que passarinha dentro de mim
ou deixar transbordar
esse rio de poesias em você
mas coloquei tapumes na margem
e estou só. no meio.
ao meio permaneço dando braçadas
nessas águas.
encho o peito de ar
prendo o fôlego me afogo
me perco entre o movimento
que o vento faz. estou em pedaços.
mas eu também volto.
volto
e já não sei se sou Ana ou Mariana
só sou uma quando sou a outra.
me desculpe
mas ainda não sei escrever sobre
alguém que não seja nós.
os braços e as pernas são o que
mais gosto nela. eles me prendem. e me soltam.
eu me perco. e me acho. e vice-versa.
outro dia ela me sentou entre suas pernas.
sensação de ter passado a vida ali
no meio. eu estou aprendendo a apaziguar
esses tumultos. eu preciso de paz.
e do silêncio em silêncio dentro de mim.
preciso voltar a ser quem eu era antes
de me meter entre as pernas dela.
ela me enfiou num vai e vem
de emoções e agora eu só saio em forma de palavra.
busco a palavra. encontro a palavra. construo um poema.
poema precisa sair como quem sai por aí a amar.
distraído.
eu e ela nos tornamos uma meia coisa.
ainda não sei se dá para amar ao meio.
eu preciso ouvir só hoje
aquela menina que mais me parece um espelho.
que insiste em dizer algo sobre
sagitário com lua em escorpião.
mais gosto nela. eles me prendem. e me soltam.
eu me perco. e me acho. e vice-versa.
outro dia ela me sentou entre suas pernas.
sensação de ter passado a vida ali
no meio. eu estou aprendendo a apaziguar
esses tumultos. eu preciso de paz.
e do silêncio em silêncio dentro de mim.
preciso voltar a ser quem eu era antes
de me meter entre as pernas dela.
ela me enfiou num vai e vem
de emoções e agora eu só saio em forma de palavra.
busco a palavra. encontro a palavra. construo um poema.
poema precisa sair como quem sai por aí a amar.
distraído.
eu e ela nos tornamos uma meia coisa.
ainda não sei se dá para amar ao meio.
eu preciso ouvir só hoje
aquela menina que mais me parece um espelho.
que insiste em dizer algo sobre
sagitário com lua em escorpião.
no dia em que deixei sua
casa não deixei a saudade por lá.
trouxe ela comigo. saudade
não pode ficar solta numa casa.
corre pela varanda. vai que brinca de ter asas.
quando leio um livro, por exemplo,
ela está lá. penso que aquele livro
é mais seu do que meu.
te vejo da primeira palavra ao
virar da página.
começo a construir poesias.
a sua imagem se formando no meio
da tarde. minha cabeça cheia de ciência.
a falta de consciência apressa esse tempo.
hoje já é quarta.
meu corpo ainda lembra do nosso
último dia.
casa não deixei a saudade por lá.
trouxe ela comigo. saudade
não pode ficar solta numa casa.
corre pela varanda. vai que brinca de ter asas.
quando leio um livro, por exemplo,
ela está lá. penso que aquele livro
é mais seu do que meu.
te vejo da primeira palavra ao
virar da página.
começo a construir poesias.
a sua imagem se formando no meio
da tarde. minha cabeça cheia de ciência.
a falta de consciência apressa esse tempo.
hoje já é quarta.
meu corpo ainda lembra do nosso
último dia.
aqui do alto da Serra
voa uma folha que
mais parece uma palavra
a escorregar da boca e a dançar
pelo mato. Adélia disse
que é preciso fazer render o bom.
então acompanho o que acho que
é. olhos apertados.
vejo no alto um azul se movendo
- talvez eu chame isso de nós.
olho você subindo a montanha
se alimentando desse verde
e já nem me preocupa se
você me espera ali na frente.
a alma recosta nas pedras.
a palavra descansa no vento.
hoje meu corpo (con)sente
liberdade.
voa uma folha que
mais parece uma palavra
a escorregar da boca e a dançar
pelo mato. Adélia disse
que é preciso fazer render o bom.
então acompanho o que acho que
é. olhos apertados.
vejo no alto um azul se movendo
- talvez eu chame isso de nós.
olho você subindo a montanha
se alimentando desse verde
e já nem me preocupa se
você me espera ali na frente.
a alma recosta nas pedras.
a palavra descansa no vento.
hoje meu corpo (con)sente
liberdade.
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