mudança de comportamento II


passei a ser um muro de lamentações
e preciso assumir minha dor agora:
- dói!
eu não sei o que em mim ainda sente.
temo viver dessa dor o resto dos meus dias e
ou até que minhas respirações incompletas
e forçadas
se esgotem de continuar.
o que eu preciso é apenas continuar
e continuar e continuar...
sentei num ponto da cidade
cheia de olhos esbugalhados e desatentos
e acendi um cigarro – entre tantos que passei a fumar.
uma garotinha de uniforme me olhava
e eu disse:
não fume: cigarro faz mal.
mas não ame,
principalmente. 

Um comentário:

N. Ferreira disse...

UOW!!!!!!!!
Esse pegou bem aqui no peito. Tão lindo, e tão triste... um perfeito poema.