passei a ser
um muro de lamentações
e preciso
assumir minha dor agora:
- dói!
eu não sei o
que em mim ainda sente.
temo viver
dessa dor o resto dos meus dias e
ou até que
minhas respirações incompletas
e forçadas
se esgotem de
continuar.
o que eu
preciso é apenas continuar
e continuar e
continuar...
sentei num
ponto da cidade
cheia de
olhos esbugalhados e desatentos
e acendi um cigarro
– entre tantos que passei a fumar.
uma garotinha
de uniforme me olhava
e eu disse:
não fume:
cigarro faz mal.
mas não ame,
principalmente.