Vírginia

seu nome enche minha boca
de saliva
de vontade
de gozo
da boceta até 
a ponta da língua
o desejo anunciado
de que cada
letra me faça tremer

você me rodeia

roda a saia
aparece a calcinha
roda a roleta
vencemos o jogo!
roda gigante
avistamos a chuva
você me rodeia, mas
fica a vontade desses
finalmentes
perde-se por dentro
enlouquece por fora
escreve de comprido
no braço: saudade
na perna: permanece
a boceta pede: mete
mais e mais e mais e vem
o gozo das palavras na cara
na sua cara o que tem?
não entendo nada de armas
mas sei:
estão me atirando inverdades
já são nove e quinze da noite
do dia dezesseis de dezembro
ainda sinto o gosto de sangue na boca
problema de quem prende palavra no corpo